Um vinil icônico.
O termo d’n’bossa já era expressado comumente nessa época, aonde idas e vindas de Xerxes e Ramilson Maia ao Rio, na casa de Pércles (BUM), eram feitas. Nos estúdios, certamente e ao menos no eixo BUM (estúdio596) e Innerground, música eletrônica e brasileira era pensamento natural, sem preconceitos ou tabus. Demos e experimentos ocorriam, fosse com o breakbeat do d’n’b ou a tradicional 4×4 e, nem mesmo o nome das músicas tinham de ser estrangeiros, vide a viajante Rapunseu na Água ou a Santa Teresa, esta um experimento com mais de 15min de influência jungle e bossa (que seria editada e lançada anos depois).
Devido todo esse ambiente o 12″ XRS Land é um marco, pois é a concretização de ideias que estavam no ar e fora feito com maestria. Ele traz a tecnologia (termo tão associado a DJ, não é?) com MIDI e uso de sampler de maneira sofisticada, provavelmente o Roland-760. Timbres de sonoridade mais doce e muita musicalidade fazem dele uma audição agradável e vibrante. Música é percepção.
Curiosamente quem notou de cara a beleza do XRS Land foi o DJ Dudu Dub, que embora escrevesse sobre house music na revista DJ Sound, não pensou duas vezes em abrir uma exceção; outro marco.
Veja também: DJ Péricles – revista DJ World.
Joe S 